Optando por utilizar uma técnica japonesa de manipulação chamada Bunraku, o grupo cearense que vem, desde 2008 recebendo muitos aplausos do público e da crítica, optou por excluir os bonecos, mas manter a relação de dependência. Dois atores se deixam manipular por outros utilizando vendas nos olhos e o corpo todo coberto. Há alças nos seus punhos, na cintura e na cabeça: o elenco se divide em atores personagens e atores manipuladores.
Um empresário cruza o deserto para acertar um contrato de exploração de petróleo. Com ele seguem um guia, logo dispensado, e um carregador. A simplicidade do roteiro, que se utiliza da primeira parte do clássico brechtiano, se baseia na relação binária: um se subjuga, o outro é subjugado.
Destaca-se, nessa encenação, a visualidade tocante. Os quarenta minutos sufocam o espectador de tantas relações que esse é convidado a fazer com seu próprio meio de se relacionar. Não há uma só palavra nesse projeto todo baseado na corporalidade dos seus intérpretes, no desapego, na confiança plena.
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Ficha Técnica:
Direção: Fran Teixeira
Elenco: Aline Silva, Ana Luiza Rios, Edivaldo Bastista, Jonahthan Pessoa e Levy Mota
Cenografia: Frederico Teixeira
Figurinos: João Zabaleta
Desenho de Luz: Walter Façanha
Trilha sonora original e sonoplastia: Dustan Gallas
Produção: Levy Mota
Realização: Teatro Máquina
Duração: 40min
Classificação etária: livre
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