sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Taís Ferreira: Oficina Dramaturgia da imagem

Dramaturgia da imagem – Marco Antônio de La Parra

Imagem 1 – Jovens e nem-tão-jovens distribuídos pela sala em cadeiras, uns sobre, outros sob, alguns, ainda, ao lado...
Imagem 2 – Bonequinhos de camelô, lanternas de camelô, lenços de camelô, retrato de uma menina gorducha em P&B...
Imagem 3 – Chuva, lentoooooooossssss lemos e escorremossssss pelas cadeiras vermelhas...
Imagem 4 – Bob Wilson de brinquedo, caixa de brinquedo, cão de brinquedo, sangue de verdade?!?

Foram quatro encontros e aqui estão quatro imagens.

A metodologia de trabalho de criação dramatúrgica proposta pelo simpático chileno “mestre dos sonhos”, pois que psiquiatra e dramaturgo, Marco Antônio de la Parra, parece de simplicidade incrível: o dramaturgo rouba. O plágio cria e, como diria uma velha mestra: “nada vem do nada”.

Nós, os vinte e poucos que nos esparramávamos pelas cadeiras vermelho-escarlate, roubávamos uns dos outros, saqueávamos palavras, afanávamos imagens, surrupiávamos sonoridades, catávamos sensações e construíamos sentidos.

Criamos desenvoltamente, em processo quase que frenético, histórias e ações, imagens e odores, fogos e águas, vermelhos e negros, cães de olhos perfurados e gatos com corações mecânicos.

Nos ouvimos e nos vimos, nos olhamos e confiamos, dirigimos e atuamos, demos e recebemos?!? Quiçá.

No entanto, certamente, compartilhamos uma profícua jornada criativa, na qual propúnhamos idéias que eram tomadas pelos colegas, digeridas e regurgitadas em forma outra, com sabor outro, mas com fundo (re)conhecido.

Momento lúdico e tenso, já que de tensão também vive o jogo. Porém, repleto de prazer, daquele prazer que estar envolvido em um processo criativo coletivo nos dá, esse prazer tão teatral e tão... indizível!

E fica uma certeza: roubar tem que ser divertido, para que se torne significativo como as sonoras e imagéticas rosas búlgaras de uma certa margarida...

Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zNASlES1j4U

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Dramaturgia da Imagem
Ministrante – Marco Antônio de La Parra

A viagem da palavra à imagem
Poética do sonho
Estrutura dramática baseada na imagem
Composição contra argumento
O regresso da palavra


A oficina trabalhará a relação do texto com a imagem, entrecruzando ambas linguagens, objetivando uma síntese. A escrita é provocada e a seguir, trabalha-se o resultado com imagens. A partir desse processo a versão textual é recuperada, terminando em uma pequena encenação.
Marco Antonio de La Parra (1952), escritor chileno, contista, novelista e psiquiatra, deu início a sua carreira em 1978. De sua autoria, “La secreta obscenidad de cada día” (1984) é o texto latino mais encenado no mundo. Tido como grande nome da literatura chilena da contemporaneidade, segundo o The New York Times e nomeado "Cultural Attaché" pelo governo espanhol.

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Taís Ferreira é professora todos os dias (UFPel), atriz de quando-em-vez, dramaturga de ano bissexto, pesquisadora em construção e escrevinhadora por gosto. Faz teatro desde criança, é bacharel em artes cênicas, mestre em educação e coordenadora do curso de teatro e do PIBID/CAPES/UFPel – Teatro.

Um comentário:

Elisa Lucas disse...

Linda a descrição Taís! Grande beijo!