quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Grupo Vivências: Rubros: vestido-bandeira-baton

Foto: Guilherme Santos / PMPA

Rubras

Numa noite de uma quinta feira de setembro, treze mulheres se deslocam de Gravataí rumo a Porto Alegre na expectativa de assistirem a duas outras mulheres mineiras que dividiriam o palco do Teatro de Câmara, participantes do Porto Alegre em Cena. O espetáculo? Rubros: vestido-bandeira-baton.
O que viram?
O valor de uma grande amizade, a decadência de uma pessoa em depressão, a decepção diante de uma ideologia que se esvaiu entre o sonho e a realidade num curto espaço de duas ou três décadas, a dor da perda de um filho, o sentimento de culpa em relação a essa perda e todas as suas implicações como baixa auto-estima, abandono dos projetos de vida, e, inclusive, do próprio trabalho.
O que sentiram?
As emoções variaram do riso à tristeza, da nostalgia ao enfrentamento da realidade, da identificação com a luta pelo reconhecimento do papel da mulher na sociedade brasileira às adversidades que o cotidiano impõe pela condição de ser feminino.
Que universo cênico nos levou a estes sentimentos?
Um cenário simples e, ao mesmo tempo, muito significativo que aponta para desestruturação externa e interna da personagem Tereza (deprimida). Uma interpretação rica em sutilezas, que, através de uma linearidade, chega a um final angustiantemente e inesperado, porém, desejado pela plateia. A superação da saída do “fundo do poço” para a busca de uma nova mulher (renascimento). Uma direção que soube conduzir um texto que apontava para o drama com pinceladas de comédia.
Quem eram estas treze mulheres?
Todas integrantes, atrizes e diretora, do Grupo de Teatro Vivências, que, juntas, procuram, há cerca de quinze anos, desvendar o universo feminino, fazendo arte.

Odeti Migliavacca Pacheco
Diretora teatral, professora e conselheira tutelar de Gravataí

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